23 out Efeito de anestésicos locais com e sem vasoconstritor em pacientes com arritmias ventriculares
Este estudo foi realizado para avaliar a segurança do uso de anestésico local com vasoconstritor não-adrenérgico em portadores de arritmias ventriculares associadas às cardiopatias chagásica e coronariana. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da lidocaína sem vasoconstritor e da prilocaína com felipressina sobre as extrassístoles, a frequência, o ritmo cardíaco e a pressão arterial sistêmica em pacientes portadores de doença de Chagas e doença arterial coronariana com arritmia, durante realização de procedimentos odontológicos de rotina.
Metodologia: o estudo foi prospectivo, randomizado e cego. Foram selecionados 65 pacientes consecutivos: 33 com doença de Chagas e 32 portadores de doença arterial coronariana e com infarto prévio. Todos os pacientes apresentavam diagnóstico de hipertensão arterial controlada com medicação. Todos precisavam de atendimento odontológico na região inferior da boca. A pressão arterial e a frequência cardíaca foram monitoradas dez minutos antes do início do tratamento, no momento da chegada do paciente ao consultório odontológico, cinco minutos após a injeção do anestésico, a cada 15 minutos durante os 50 minutos de tratamento e nos 10 minutos após o término deste. A técnica anestésica escolhida foi Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior (BNAI) e, para cada procedimento, foram utilizados de 2 a 4 tubetes de 1,8 ml de anestésico. Os pacientes foram divididos em grupos de acordo com o anestésico recebido, sequencialmente: 1. chagásicos com prilocaína associada a felipressina, 2. chagásicos com lidocaína sem vasoconstritor, 3. coronarianos com prilocaína associada a felipressina e 4. coronarianos com lidocaína sem vasoconstritor. Todas as varáveis coletadas foram analisadas.
Discussão: no estudo, não observaram efeitos cardiovasculares adversos em pacientes chagásicos e coronarianos, submetidos ao tratamento odontológico sob anestesia local. Independentemente do tipo de anestésico aplicado, não houve variações nas extrassístoles ventriculares, na pressão arterial sistêmica e na frequência cardíaca. No estudo, não observaram nenhuma alteração sanguínea após a injeção dos anestésicos avaliados, certamente por causa da dose adequada administrada (0,03 UI/ml de felipressina) e pela ausência de falhas técnicas. Os efeitos cardiovasculares observados não foram diferentes daqueles com o uso de anestésico sem vasoconstritor. Esses dados comprovam que, em pacientes com características clínicas semelhantes aos indivíduos estudados e em doses ideais, os vasoconstritores não-adrenérgicos podem ser utilizados com segurança para otimizar o efeito anestésico.
Conclusão: os efeitos dos anestésicos locais com ou sem vasoconstritor não-adrenérgico, sobre o sistema cardiovascular, não são significativos. O uso de anestésico com vasoconstritor não-adrenérgico em doses adequadas pode ser utilizado com segurança em pacientes chagásicos e coronarianos com arritmia ventricular complexa.
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