A anestesia local com epinefrina é segura e eficaz para cirurgia oral em pacientes com diabetes mellitus tipo II e doença coronária: um estudo randomizado prospectivo

Diabetes mellitus (DM) é reconhecido mundialmente como uma epidemia, e a taxa de diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) está aumentando. A DMT2 é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina o suficiente ou não pode agir efetivamente. As doenças periodontais são mais comuns em diabéticos, e estes pacientes devem ser frequentemente submetidos procedimentos odontológicos invasivos. No entanto, não está estabelecido protocolo para estes procedimentos na literatura. 

O objetivo deste estudo foi investigar as variações dos níveis de glicose no sangue e dos níveis de ansiedade, durante a extração dentária sob anestesia local com lidocaína 2% pura em comparação com lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000, em doentes com DMT2 e doença coronária. 

Metodologia: pacientes adultos com DMT2, medicamente controlados (através do uso de insulina e/ou agentes hipoglicêmicos), e doenças coronárias que precisavam ter pelo menos um dente superior posterior extraído foram inscritos nesse estudo, que foi duplo-cego2. Os sujeitos foram divididos aleatoriamente entre dois grupos:  LCA, que recebeu lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000, e LSA que recebeu lidocaína 2% pura. Os autores não discriminaram marcas ou nomes comerciais. O mesmo volume de anestésico (5.4ml) foi aplicado em ambos, usando a técnica padrão. Os tempos e períodos de avaliação foram: T0 (primeiro valor registado), T1 (1 hora antes do procedimento), T2 (5 minutos antes do procedimento), T3 (depois injeção anestésica), T4 (fim do procedimento) e T5 (1 hora após o procedimento). Consideraram o período basal (PB) de T0 a T1 e o período do procedimento (PP) de T1 a T5. Os níveis de glicose foram avaliados a cada 5 minutos, com um aparelho instalado na manhã anterior à cirurgia e sendo removido após o fim dela, e os dados foram passados para um computador. A pressão arterial sistólica (PAS), a pressão arterial diastólica (PAD) e o ritmo cardíaco (FC) também foram registados, assim como os níveis de ansiedade, mensurados. Posteriormente, os dados coletados foram apresentados estatisticamente, e os dois grupos foram comparados. 

Discussão: não houve diferença significativa nos níveis de glicose no sangue entre os grupos LSA e LCA e, surpreendentemente, uma diminuição significativa dos níveis de glicose no sangue foi observada ao longo do tempo em ambos os grupos. Notavelmente, os dois anestésicos (LSA e LCA) foram eficazes e não exigiram suplementação em qualquer dos grupos. Os níveis de glicose em T1 foram significativamente diferentes em comparação com os do T2, T3, T4 e T5. Não houve diferenças entre grupos na PAS, PAD e FC. Os resultados mostram que o os níveis de ansiedade não sofreram alterações significativas no grupo LSA e LCA durante a cirurgia oral. Além disso, a inclusão da epinefrina não interfere nas variáveis que foram estudadas. Em contraste, observou-se os níveis mais baixos de glicose quando epinefrina foi incluída na solução anestésica. 

Conclusão: Os resultados observados neste estudo permitem-nos concluir que cirurgia oral realizada numa clínica ambulatorial em pacientes com diabetes e doença coronária usando anestesia local no volume avaliado (5,4 ml) é segura, independentemente da epinefrina (1:100.000) adicionada. Esclarecendo a teoria de que a utilização da epinefrina em combinação com anestésicos não aumenta o risco de hiperglicemia e de repercussões hemodinâmicas. 

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