Avaliação da glicemia em pacientes diabéticos do tipo II submetidos a anestesia com diferentes vasoconstritores

Na clínica dentária, a utilização de anestésicos contendo vasoconstritores em pacientes diabéticos ainda é controversa devido à possibilidade de aumento da glicose no sangue. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a glicose sanguínea, oximetria de pulso e frequência cardíaca de diabéticos compensados do tipo II quando as soluções anestésicas locais contêm dois vasoconstritores diferentes são utilizados em procedimentos periodontais não-cirúrgicos.

Metodologia: este estudo cruzado randomizado consistiu numa amostra de 20 pacientes com diabetes mellitus tipo II compensados (homens e mulheres) indicados a tratamento periodontal básico. Os pacientes foram tratados em duas sessões clínicas. O grupo G1 recebeu 3,6ml de uma solução de prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/mL (Prilonest, DFL) e em G2 recebeu um 3,6 ml de lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 (Alphacaine 100, DFL). Uma pequena amostra de sangue do dedo foi colhida e colocada no glicosímetro digital, e apenas os pacientes que apresentaram níveis sob controle foram incluídos. Eles deveriam também continuar sob contínuo tratamento medicamentoso e supervisão médica. A pressão sanguínea, oximetria de pulso e frequência cardíaca foram aferidos. As soluções anestésicas foram administradas aleatoriamente e o procedimento clínico foi realizado, com o tempo sendo cronometrado e registado. Antes do procedimento anestésico, a glicose dos pacientes foi avaliada (T1). Uma segunda avaliação de glicose foi feita 10 minutos após a anestesia (T2) e, 20 minutos depois, a terceira (T3). Os dados coletados foram estatisticamente analisados.

Resultados: não houve diferença significativa entre os níveis de glicose para os diferentes grupos. Porém, no grupo 1, o valor de glicose em T2 (149,9 mg/dL) foi significantemente maior do que em T3 (137,85 mg/dL). Não houve diferença significativa entre a saturação de oxigênio para os diferentes períodos dentro do mesmo grupo. Porém, foi constatada uma diferença significativa entre as saturações de oxigênio em T3 do grupo do Prilonest (97,55%) e em T3 do grupo do Alphacaine (98,05%). Já em relação à frequência cardíaca, não houve diferença significante entre os grupos. Porém, houve diferença entre T1 (73,00 batimentos por minuto) e T2 (77,90 batimentos por minuto) no grupo 1.

Discussão: nos resultados deste estudo, os níveis de glicose no sangue mantiveram-se dentro de valores aceitáveis para pacientes diabéticos compensados. Além disso, não houve diferença estatisticamente significativa nos níveis de glicose no sangue dos pacientes em ambos os tratamentos, o que indica a segurança da administração de epinefrina ou felipressina para os pacientes com este perfil. Os resultados deste estudo mostraram que o uso de lidocaína associada à epinefrina não apresenta diferença significativa nas alterações da glicemia para pacientes diabéticos compensados. Considerando que os diabéticos podem também apresentar hipertensão, os resultados deste estudo estavam dentro da oximetria fisiológica e dos padrões de frequência cardíaca, demonstrando a segurança clínica da epinefrina quando utilizada em concentrações mais baixas em pacientes diabéticos tipo II compensados, como também, a fim de proporcionar um melhor controle da hemostasia, a epinefrina seria recomendada para procedimentos cirúrgicos com risco de hemorragia. Embora pequenas alterações tenham sido observadas nos intervalos avaliados da felipressina, essa também provou ser uma opção clínica viável vasoconstrictor para esses doentes.  Os resultados obtidos mostraram que ambos os anestésicos não causaram alterações significativas nos aspectos estudados.

Conclusão: considerando os vasoconstritores e o volume da solução anestésica utilizada, os resultados sugerem que os vasoconstritores avaliados não alteram significativamente a glicemia, a oximetria de pulso e a frequência cardíaca em pacientes diabéticos do tipo II compensados.

 

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