09 maio Tubetes de vidro x tubetes de plástico: você conhece as diferenças?
Quando o assunto é anestesia odontológica, o Dentista precisa pensar na qualidade não somente do anestésico, mas também da agulha e dos tubetes utilizados. Afinal, todos os componentes de um anestésico local contribuem para uma anestesia segura e com maior conforto para o paciente. Nesse contexto, existe a dúvida: devo utilizar anestésicos de plástico ou de vidro no meu consultório?
O tubete para anestesia odontológica é um tubo onde está contida a solução anestésica, que deve ser inserido na seringa carpule para sua utilização. Os anestésicos têm como principal função bloquear, de forma temporária, a condução nervosa local. Dessa forma, o paciente não sente dor naquela região, mas continua acordado. Por ser tão importante na aplicação da anestesia, o tubete deve ser escolhido com a devida avaliação de seus benefícios.
A utilização de tubetes de vidro apresenta vantagens clínicas, como maior segurança, devido a maior visualização do refluxo sanguíneo, maior conforto para o paciente, uma vez que o êmbolo desliza com mais facilidade pelas paredes do tubete (RAMACCIATO et al, 2003; SILVA et al., 2012), além de ser livre de conservantes. O fato de não conter substâncias para conservação do produto deve ser levado em consideração, já que foram relatadas reações alérgicas aos agentes bacteriostáticos utilizados para prolongar a vida útil dos anestésicos armazenados em tubetes de plástico. No Brasil, os parabenos ainda são incluídos como agentes bacteriostáticos em muitas drogas de múltiplo uso, como cosméticos e em alguns alimentos, assim como em todas as soluções anestésicas armazenadas em tubetes de plástico (CARVALHO et al., 2010).
A partir dessas informações, é essencial que o Dentista avalie não somente o melhor componente anestésico ou o vasoconstritor a ser utilizado para cada procedimento, mas também os tubetes escolhidos, já que esses possuem um papel fundamental na segurança, conforto, qualidade e sucesso dos atendimentos realizados no consultório.
Referências:
CARVALHO, R. W. F.; PEREIRA, C. U.; DOS ANJOS, E. D.; LAUREANO FILHO, J. R.; VASCONCELOS, B. C. E. Anestésicos locais: como escolher e prevenir complicações sistémicas. Revista Portuguesa de estomatologia, medicina dentária e cirurgia maxilofacial. v. 51, nº 2, 2010;
RAMACCIATO, Juliana Cama et al. Avaliação da estabilidade química das soluções anestésicas locais comerciais e das propriedades físicas dos tubetes sob diferentes condições de armazenamento, 2003.
SILVA, Gustavo Henrique Rodriguez da et al. Methylparaben concentration in commercial Brazilian local anesthetics solutions. Journal of Applied Oral Science, v.20, n.4, p.444-448, 2012.