05 ago Cuidados para minimizar riscos de efeitos colaterais após a anestesia
Com certos cuidados é possível minimizar os riscos de efeitos colaterais após a anestesia? Um dos principais receios de pacientes que precisam realizar procedimentos que envolvem anestesia odontológica são os possíveis efeitos colaterais, como formigamentos nos lábios e língua, náuseas, arritmias cardíacas e outros sinais clínicos (CARVALHO, 1994). Por isso, é muito importante que os Dentistas conheçam todas as medidas de prevenção para garantir a segurança do tratamento realizado.
Mas, antes de falar sobre a prevenção desses possíveis efeitos, é importante entender como funciona a ação da anestesia local no organismo dos pacientes. Os anestésicos locais atuam através da interferência na propagação dos impulsos nervosos periféricos. Dessa forma, tanto a produção quanto a condução dos potenciais de ação são inibidas. Dados eletrofisiológicos indicam que os anestésicos não modificam significativamente o potencial de repouso normal da membrana nervosa, e sim diminuem certas respostas à estímulos (FRANCO, 2011).
Uma das possíveis causas dos efeitos colaterais que envolvem o procedimento de anestesia é a intoxicação por anestésicos locais, que é definida por um conjunto de efeitos nocivos causados pelo desequilíbrio orgânico, e é produzida pela interação do agente químico com o sistema biológico (SANTOS, 2012).
Medidas Preventivas:
Apesar da segurança da anestesia local em Odontologia, é importante que o Dentista esteja atento para realizar medidas preventivas e evitar efeitos colaterais. Entre os procedimentos indicados de prevenção e segurança, estão: a observação do estado de saúde do paciente, o manuseio e conservação corretos dos anestésicos, a seleção do anestésico indicado para cada caso, conhecimento adequado das técnicas de aplicação e manter contato verbal com o paciente durante todo o tratamento, para garantir a identificação precoce de qualquer sinal de intoxicação (SANTOS, 2012), além disso, é fundamental utilizar a dose correta do anestésico para cada paciente, e utilizar uma seringa carpule adequada associada a tubetes de cristal para garantir a efetividade da aspiração negativa durante a anestesia, uma vez que a superdosagem e a injeção intravascular acidental são as principais causas de efeitos colaterais.
Além dessas medidas, que devem ser realizadas antes e durante o procedimento, após a anestesia também existem algumas informações importantes que devem ser compartilhadas com o paciente para evitar desconfortos, como por exemplo a orientação sobre o tempo esperado de duração da anestesia após o procedimento, e o cuidado para que o paciente não machuque o lábio ou a língua durante este período.
Por fim, é importante que o profissional e o paciente estejam bem alinhados, e todas as dúvidas sobre o procedimento realizado sejam esclarecidas, de forma a minimizar riscos de desconfortos e efeitos colaterais durante ou após a aplicação da anestesia odontológica.
Referências:
CARVALHO, J. C. A. Farmacologia dos Anestésicos Locais. REVISTA
BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA,. VOL. 44: Nº 1, Janeiro – Fevereiro, 1994.
FRANCO, Vanessa Aparecida de Melo. Toxicidade dos anestésicos locais. Universidade Braz Cubas, 2011.
SANTOS, Francielle Castro. Intoxicação anestésica: Causa, efeito e tratamento. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, p.1-27, Londrina, 04 dez. 2012.