
05 set Checklist da anestesia odontológica: o que não esquecer antes de realizar um procedimento
A anestesia odontológica é um procedimento que envolve diversos detalhes que precisam ser seguidos com zelo pelo Cirurgião-Dentista, possibilitando um atendimento seguro e sem traumas (MALAMED, 2013). Por envolver tantas particularidades, esse procedimento possui alguns passos importantes para a sua realização, que vão desde uma anamnese de excelência até orientações para o paciente após a aplicação.
1- Anamnese
O primeiro passo consiste em uma anamnese adequada do paciente, pois é por meio dela que é possível identificar suas condições sistêmicas, além de ser uma prova documental sobre a realização do procedimento. Entre as perguntas que precisam ser realizadas nessa etapa estão: a idade e o peso, alergias ou possíveis reações a anestesia em operações anteriores, tendência a ansiedade ou fobia, medicamentos de uso contínuo, a utilização de algum medicamento para controle de dor, se o paciente possui alguma doença como diabetes, asma, cardiopatias, alterações na pressão, entre outras. Dessa forma, será possível avançar para os próximos passos para a realização do procedimento.
2- Armazenamento
Outra importante etapa para a realização da anestesia odontológica é o armazenamento dos anestésicos, e o Cirurgião-Dentista deve levar em consideração alguns cuidados simples para manter a integridade da composição. As substâncias devem ser guardadas em locais frescos e ao abrigo da luz, e as recomendações na embalagem do produto devem ser seguidas à risca. Afinal, o tubete anestésico é muito importante na atuação clínica e o armazenamento inadequado pode resultar em infecções ou perda da eficácia da solução. Antes do procedimento, é importante que o profissional não esqueça também de realizar uma correta desinfecção da superfície externa do tubete, evitando contaminações (JORGE, 2004).
3- Seleção do Sal Anestésico, Vasoconstritor e Dose máxima
Após a realização desses passos, está na hora do Dentista escolher o anestésico ideal para o procedimento, com base em toda a anamnese realizada e os procedimentos adequados de armazenamento. Nesse momento, é imprescindível que o profissional possua conhecimentos farmacológicos, que o auxiliarão a escolher a solução adequada de acordo com o mecanismo de ação, indicação e contraindicação de cada anestésico e condições clínicas do paciente (CARVALHO, 2010). Nessa etapa, o Dentista também deve calcular a dose máxima de aplicação, que deve ser definida de acordo com o peso do paciente, dose máxima relativa do sal anestésico selecionado (quantos miligramas são permitidos por quilo), dose máxima absoluta do sal anestésico e quantidade de sal anestésico em cada tubete. Essas informações podem ser encontradas na bula dos produtos.
A escolha do vasoconstritor e das agulhas utilizadas também é uma etapa muito importante, visto que fazem toda a diferença no conforto e na segurança do procedimento. Os vasoconstritores garantem a absorção lenta do sal anestésico, reduzindo a toxicidade e aumentando a duração da anestesia. Dessa forma, sua presença possibilita uso de menores quantidades de solução anestésica além de aumentar o seu efeito (MARIANO et al., 2000).
4- Seleção da Técnica anestésica
Assim como acontece com o solução anestésica, a seleção da técnica mais adequada vai variar de acordo com o tipo e duração do procedimento, perfil do paciente e até da necessidade ou não de analgesia pós operatória, além disso a localização e quantidade de dentes a serem tratados deverá também ser avaliada. O conhecimento da anatomia e das diferentes técnicas anestésicas ira permitir uma melhor seleção para cada caso, sempre levando-se em consideração a relação entre as áreas anestesiadas e o volume anestésico recomendado. A seleção e execução correta das técnicas anestésicas permitirá um procedimento seguro e sem dor para o paciente.
5- Orientações
Por fim, é importante que o Cirurgião-Dentista, após o procedimento, oriente o paciente sobre o tempo de duração do efeito da anestesia, os cuidados pós anestésicos, bem como os medicamentos indicados para o pós-operatório, evitando possíveis interações medicamentosas indesejadas.
Referências:
JORGE, A. O. C. Princípios de Biossegurança em Odontologia. Rev. biociênc. Taubaté, v.8, n.1, p.7-17, jan.-jun. 2004
MALAMED, S. F. Manual de Anestesia Local -ELSEVIER, 6a ed., 2013.
MARIANO, R. C.; SANTANA, S. I.; COURA, G. S. Análise comparativa do efeito anestésico da lidocaína 2% e da prilocaína 3%. BCI, Curitiba, v. 7, n. 27, p. 15-19, jul./set. 2000.
CARVALHO, R. W. F. et al. Anestésicos Locais: Como Escolher e Prevenir Complicações Sistémicas. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, Lisboa, 2010; 51(2), 113 -119.